sábado, 12 de janeiro de 2008

A sexta-feira

Como já escrevi, vivo ao contrário das outras pessoas. Pelo menos, sinto isso. Enquanto a semana começa à segunda-feira para a maioria, a minha começa à sexta. Deve ser por isso que detesto o dia.
A sexta-feira à noite é encarada como uma noite de folia, após uma semana de trabalho. As pessoas saem, bebem, divertem-se e chegam tarde a casa. No meu caso, é o contrário. A sexta-feira à noite é quase sempre passada em casa, pois, no dia seguinte, há trabalho para fazer e geralmente começa-se de manhã.
Talvez por isso, as sextas-feiras à noite costumam ser a minha altura introspectiva. Quando estou no quarto, com tudo apagado, e penso mais na minha vidinha. É na sexta-feira à noite que mais me sinto vulnerável, mais susceptível a tudo, sobretudo aos passos. É nessa altura que me questiono se tanto sacrifício vale a pena, se alguma vez vou cumprir os meus objectivos...
É á sexta-feira que mais penso no passado, nas coisas que fiz e nas que não fiz e devia ter feito. É aqui que me apercebo do que cresci ou do que devia ter crescido. Crescer é das coisas mais complicadas que existem, descobri eu. Primeiro estamos na escola, depois passamos para a faculdade para, de seguida, começarmos a trabalhar. E vamos crescendo, sempre a sentirmos a expectativa a subir. Nisto, vou-me deitar e peço que aquela noite termine o mais rápido possível. Até que chega a manhã de sábado, como hoje, em que acordo e me preparo para mais um dia de trabalho, enquanto a maioria ainda dorme, a recuperar de uma noite de regabofe. Às vezes, isto aborrece-me.

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