domingo, 6 de janeiro de 2008

Corroios-Dakar

Peço desculpa aos três leitores do blog pela ausência de textos novos. É que andei dedicado ao Lisboa-Dakar nos últimos dias. Não fosse o Bin Laden e, a esta hora, estaria em Portimão a descansar, após a primeira etapa e consequente lama. Mas não. A prova foi cancelada e logo no meu ano de estreia. É azar.
Estou cansado. Trabalhei de caraças nestes dias. Manhãs, tardes e noites. Sempre no Dakar e com um coordenador no Porto sem saber o que fazer. Se dependesse dos meus chefes para tudo, mal me tinha safado.
Adoro ver toda a gente a culpar o terrorismo pelo cancelamento da prova. Ameaças terroristas existem em toda a parte. Basta sair de casa. A 30.ª edição do Lisboa-Dakar não saiu de Belém por que o Governo francês não quis e as seguradoras se cortaram todas.
Foi pena. Por momentos, senti alguma pena dos pilotos e mecânicos por todo o esforço em vão. Mas não consigo ter pena dos prejuízos. O Dakar é uma prova para gente rica e mesmo aqueles que não têm equipa, não se podem considerar pobres. Afinal, não é qualquer pessoa que investe quase 200 mil euros numa aventura, mesmo que o dinheiro seja dos patrocinadores.
Não percebo muito bem a aventura do deserto. Os carros estão todos equipados com tecnologias de ponta e nunca falta a comida nos bivouacs. Atravessem África num Renault 5. Isso sim era uma aventura.
Em relação aos prejuízos, o Governo investiu três milhões de euros nesta brincadeira. Parece que não há reembolso possível, embora os autarcas andem por aí a gritar. Tendo em conta que foram dinheiros públicos, eu também quero o reembolso da minha parte. Seja lá quanto for.

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