segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Fascismo.

Durante a minha travessia no deserto, tive uma epifania. Mas sem o Cristo, pois nem acredito nele. Uma espécie de revelação sobre a minha pessoa. Certo dia, a defunta atirou-me à cara com o seu olhar altivo: "Não és humilde". Até me passei. Hoje, até lhe dou razão. Tens razão, estafermo. Não sou humilde. Mais. Descobri que sou egoísta e intolerante. A falta de tolerância, então, é enorme.
Ando desiludido com o Mundo, desde o dia em que descobri que nunca será como eu quero.
Deve ser essa a razão pela qual até gostava que metade do jornal fosse despedido. Dava-me um certo gozo, assim como ver o meu chefe "baldar-se" pelas escadas abaixo, com o queixo a bater em cada degrau pelo menos três vezes. A maioria não faz nada, nem quer. Os "colaboradores" são contratados às dezenas para trabalhar, enquanto os outros. os do "Quadro" (esse Olimpo) nada fazem, excepções honrosas à parte, como tu, jovem editora de uma revista. Sim, porque eu sei que vens aqui. Adiante. Isso são outros assuntos.
Mas a minha falta de tolerância é bem mais radical com as pessoas. Vivo preso a um código de conduta ético, moral e conservador que eu próprio criei. E quem não se rege por ele, é feio. O pior é que não consigo mesmo livrar-me dele.
Sou incapaz de ser cabrão. Respeito demasiado as mulheres. Trato-as com educação, boas maneiras, como pessoas e não como objectos. Sou incapaz de "as comer". Só faço amor e nunca sexo. Acredito no "amor da nossa vida", no "amor eterno". Antiquado! Em pleno século XXI, toda a gente sabe que as mulheres não merecem nada disso. Nem querem. Querem surfistas, inúteis das tunas, cabrões, boémios e gajos com cobras nos ombros. Já não há lugar para os românticos. Os poucos que ainda se julgam românticos já desistiram. Quando percebemos que nada é como queremos, desistimos e, pior, ficamos resignados. Talvez esteja mesmo a virar um fascista, no sentido radical da ideologia. Deve ser por isso que e elas temos uma relação recíproca. Eu não lhes ligo nenhuma e elas não querem saber de mim. Deve ser por não ter uma jibóia. Que se foda. Ao menos, não sou da tuna.

Um comentário:

Anônimo disse...

É menos estúpido ser da tuna do que dizer barbaridades como "faço amor e não sexo" (o que raio é que isso quer dizer???) ou então "sou fascista", quando não se é propriamente militante do PNR.
Não digas asneiras!
(dizer mal das tunas não é asneira, mas o resto claramente)

Come um Nestum que isso passa.