segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Se calhar já chega.

Tenho para mim que este outubro está a ser o mês mais longo de toda a minha vida. Dói-me o coração quando entro na casa nova do meu irmão e vejo tantas fotografias espalhadas, como se nada daquilo se pudesse repetir.

Ele lá anda, muito pragmático, a tentar aguentar-se e eu tento, com toda a minha força, que ele não note que tudo isto me está a custar. É incrível o vazio com que saio daquelas quatro paredes.

Mal saí da casa dele, fui trabalhar. Armei-me em esperto e propus ao meu chefe uma entrevista com pertinência e onde tínhamos a possibilidade de nos anteciparmos à concorrência. O que parecia algo fácil transformou-se numa piçada com mais de dez minutos, mas uma conversa que jamais esquecerei.

Fui apelidado de "carteiro" do entrevistado, de ser o mensageiro dele e de, à semelhança de todos os meus colegas, ser "mau jornalista". Pela primeira vez em toda a minha vida, concordei com o chefe.

Disse-me que, se eu realmente quisesse saber a história do entrevistado, investigava pelos meus meios e não em sujeitava a uma entrevista encomendada. Disse-me ele que somos "todos maus". E tem razão. Assumo. Nunca me senti verdadeiramente jornalista, não sei o que isso é e sou mais um preenchedor de conteúdos do que um jornalista.

Se calhar já chega desta vida. Hoje foi isto que eu senti e foi mais forte do que nunca. Foram raras as vezes em que fiz "verdadeiro jornalismo", seja lá isso o que for. Cada vez escrevo pior e começo a achar que não dou mais do que isto.

Se calhar já chega.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Novo critério de noticiabilidade

"Não vou com a cara dele".

Um mestre, dizem eles.

domingo, 21 de outubro de 2012

Choradeira.

E o problema nem é dela.

sábado, 20 de outubro de 2012

Shiu...

...não me digam nada. Sou aquele rapaz aqui no canto, atacado pelas alergias, com lágrimas nos olhos e pedir que ninguém me diga nada.

Hoje não está a ser nada fácil. As minhas sobrinhas souberam hoje que os pais se vão separar. Amanhã é a vez da minha mãe. Pelo meio, o meu irmão não disfarça a tristeza e eu ando para aqui, sem saber muito bem o que fazer.

Sinto-me triste, vazio com isto tudo. Com o fim daquela relação, é como se algo em mim também morresse, nem consigo explicar muito bem porquê.

Só quero ir para casa, fechar-me no quarto e esquecer este dia. Amanhã vai ser bem pior...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A greve.

A Lusa está em greve. O Público está em greve. O País está em greve. Nada tenho contra as greves, quando justificadas.

Em Portugal, faz-se greve por tudo e por nada. Banalizou-se. E, às vezes, é complicado separar o trigo do joio.

Ver a Lusa é, no mínimo, estranho. A maioria trabalha das 9 às 17, até não ganha mal, tendo em conta os salários que se praticam e até recusam fazer serviços depois das 15 horas, não vão estes prolongarem-se depois das 17 horas.

Não é à toa que são os colaboradores a fazer os jogos à noite, porque já é demasiado tarde para os do quadro.

Portugal é assim. Todos conhecem os seus direitos, mas esquecem os deveres.

Na minha vida profissional nunca ganhei mais do que 670 euros por mês. Desde 2006 que levo com as greves de todos os que me rodeiam, de pessoas que ganham o dobro e o triplo do que eu.

Ninguém quer saber se os colaboradores recebem a horas. Chegar aos últimos dias do mês com dinheiro para beber um café é um milagre e, ao dia 15, já não há dinheiro para nada. É uma questão de hábito.

Se calhar devia fazer greve.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Obras.

Fechei para balanço.

domingo, 14 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E é isto.

Dou comigo a um domingo à noite, a meio do quinto jogo de futebol do dia. Pelos vistos, eu sou assim. Encho-me de bola para não pensar em mais nada. Um atrás do outro e lá vai o tempo passando. Consulta-se o calendário, o dia 7 passa a 8 e não passamos disto.

Mais uma vez, dou comigo sozinho no meu quarto, de onde acho que nunca vou sair. Mas melhor do que ontem. Mais uma vez, atraí uma pessoa que quer tudo menos estar comigo, «perdida e desorientada», como  ela o classifica. Não passo disto. Não conheço uma única rapariga que se tenha cruzado na minha vida com alguma normalidade. Existe sempre uma disfunção qualquer, uma dúvida permanente que me leva a fugir a sete pés, com medo de passar disto.

E dou comigo de novo no meu quarto, onde ninguém me faz mal, a preferir estar sozinho do que a viver na incerteza. Em 2007, em pleno desgosto amoroso, achei que comprar um computador novo ia resolver todos os meus problemas. Passaram cinco anos, permaneço no mesmo quarto e continuo a achar que um computador novo vai resolver todos os meus problemas.

Pelo meio, o castelo de cartas que se chama família vai cair de vez. As lágrimas vão ser mais do que muitas, umas por desespero, outras por desilusão. Ao menos, as máscaras vão cair de vez e nada será como dantes.

domingo, 7 de outubro de 2012

Vazio.

Neste momento, só tenho dois objetivos na vida. Um Mac e um carro novo.

Mais vazio do que isto, acho que é impossível sentir-me.

sábado, 6 de outubro de 2012

Murro no estômago.

E dos fortes.

3 anos depois.

Três anos depois voltei a escrever aqui. E está tudo na mesma.